O trágico FIM dos 12 APÓSTOLOS de JESUS - Segundo a Bíblia

 

O Destino dos Apóstolos

“Vocês serão odiados de todos por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.” (Mateus 10:22). Todos aqueles que escolhem seguir os caminhos de Cristo, que se consideram verdadeiros cristãos e se pautam pelos ensinamentos e pelos mandamentos de Deus, sabem que esta não é uma jornada fácil. No Evangelho de Mateus, Jesus diz para irem até ele os cansados, pois seu jugo é suave e seu peso é leve, mas isso não significa que não haverá sofrimento e dificuldades no trajeto, e sim que sempre seremos auxiliados. E que ao final, a vitória é certa.

Antes de cumprir sua missão, isto é, morrer na cruz para redimir os nossos pecados, Jesus anunciou aos seus discípulos que a pregação do evangelho não seria possível sem as suas provações. Em João 15:20-21, ele diz: “Lembrem-se do que eu disse: nenhum servo é maior do que seu senhor. Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também; se guardaram a minha palavra, vão guardar também a palavra de vocês. Farão isso a vocês por causa do meu nome, pois não reconhecem aquele que me enviou.” Se isso é válido para nós, imagine para os grandes profetas, para os apóstolos e para todos os mártires que entregaram tudo que tinham por amor a Cristo, inclusive a própria vida.

Hoje, vamos conhecer o destino dos 12 discípulos mais próximos de Jesus, os apóstolos escolhidos por ele, e vislumbrar seu testemunho puro e fiel ao amor descompromissado em relação às obras de Deus. Fique com a gente, pois tenho certeza de que você irá se surpreender com essas histórias.

Tiago, Filho de Zebedeu

Tiago, o maior, tem um papel fundamental nas escrituras e provavelmente foi o primeiro discípulo a morrer por Jesus e um dos únicos que tem seu destino relatado na Bíblia. Ele era irmão de João, o discípulo amado, e foi chamado por Cristo enquanto estava consertando as redes de pesca com seu pai às margens do mar da Galileia. Isso aconteceu no mesmo dia em que Simão Pedro e André foram convidados a seguir Jesus. Tiago fez parte de um seleto grupo que estava sempre próximo a Jesus, junto com Pedro e seu irmão João. Ele estava presente no momento da transfiguração de Cristo, em que os profetas Elias e Moisés apareceram e Deus falou diretamente ao mundo dizendo que aquele era seu Filho amado, e também presenciou a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras.

Segundo o livro dos Atos dos Apóstolos (Capítulo 12, Versículos 1 e 2), Tiago foi executado por ordem do rei Herodes Agripa I, como está escrito: “Naquele tempo, o rei Herodes começou a perseguir alguns membros da igreja e mandou matar à espada Tiago, irmão de João.” O texto não deixa claro quando isso aconteceu exatamente, mas a tradição diz que foi por volta do ano 44 d.C., o que faz de Tiago, o maior, o primeiro apóstolo a ser martirizado por seguir os ensinamentos de Jesus.

Tiago, Filho de Alfeu

Tiago, o menor, não é tão citado nos livros bíblicos, mas isso não diminui a sua relevância. Alguns estudiosos acreditam que ele poderia ser irmão de Mateus, um dos evangelistas que também esteve entre os 12 apóstolos de Cristo, pois foi dito que seu pai também se chamava Alfeu. Em Marcos 2:14, também existem comentaristas bíblicos que acreditam que este Tiago poderia ser primo de Jesus e que inclusive guardava certa semelhança física com o Messias, motivo pelo qual Judas Iscariotes precisou identificá-lo entre os discípulos.

As lacunas deixadas pela sagrada escritura podem ser preenchidas pelas tradições cristãs, que afirmam que Tiago provavelmente pregou na Pérsia, no Egito e na região da Palestina. Ele com certeza sofreu diversas perseguições, mas a causa de sua morte é incerta. Alguns afirmam que ele foi lançado do pináculo do Templo de Jerusalém, mas sobreviveu à queda e foi apedrejado em seguida; outros dizem que ele foi crucificado em território estrangeiro, provavelmente na Pérsia ou no Egito. Ainda assim, há um consenso de que ele também foi martirizado.

Mateus

Mateus, possível irmão de Tiago e um dos mais antigos discípulos de Cristo, é apresentado no Evangelho de Lucas como Levi, um publicano que era uma espécie de funcionário dos cobradores de impostos romanos. Por conta de sua função, Mateus era considerado muito inteligente, sabia ler, escrever e lidava bem com cálculos matemáticos, algo raro para a época. Além disso, seu salário era retirado dos impostos que ele cobrava de viajantes e pescadores, fazendo com que ele fosse muito rico.

Levi foi tocado pelos ensinamentos de Jesus e aceitou de pronto seu convite para segui-lo. Seu novo nome foi dado pelo próprio Cristo e significa “dádiva de Deus”. Muitas críticas recaíram sobre Jesus por conta da sua escolha, já que os cobradores de impostos eram vistos como pecadores pelos judeus. Mas isso não importava para os desígnios de Deus. Mateus se converteu e usou seus dons e conhecimentos para escrever um dos evangelhos mais importantes dos textos bíblicos, sendo considerado o primeiro no cânon cristão, assumindo grande relevância na difusão do cristianismo para o mundo.

Não existem informações sobre o que aconteceu com Mateus depois do dia de Pentecostes, momento em que o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos reunidos no cenáculo. O mais provável é que ele tenha passado seus últimos dias pregando na Pátia e na Etiópia, onde teria sido martirizado por um golpe de espada, como narra a tradição.

André

André, nosso próximo apóstolo, e seu irmão Simão Pedro foram chamados por Jesus enquanto pescavam às margens do mar da Galileia, como está escrito em Mateus 4:18-19. Esta é a passagem mais conhecida, pois conta como eles deixaram seu ofício para se tornarem “pescadores de homens” ao decidirem andar com Cristo. Contudo, o primeiro capítulo do Evangelho de João conta que André e Pedro já eram seguidores de João Batista, o profeta que era primo de Jesus e viram quando o Espírito Santo desceu sobre Cristo enquanto ele era batizado no rio Jordão. Isso não quer dizer que há uma contradição entre os Evangelhos, mas sim um complemento.

Os homens que um dia reconheceram o Messias como o Enviado de Deus mais tarde foram chamados ao seu ministério, servindo à vontade divina enquanto apóstolos de Jesus. O martírio de André, mesmo que não tenha sido relatado nas sagradas escrituras, é um dos mais conhecidos na tradição cristã. Acredita-se que ele pregou a palavra na Macedônia (atual Grécia) e foi martirizado na cidade de Patras. Ele teria sido condenado a ser crucificado, mas, como se considerava indigno de morrer da mesma forma que seu mestre, pediu para que sua cruz tivesse um formato de X, ainda hoje conhecido como Cruz de Santo André.

Simão Pedro

Simão Pedro, assim como Mateus, recebeu um novo nome de Jesus que carregasse o real significado da missão que ele desempenharia. Podemos ver isso em Mateus 16:18-20: “Por isso eu lhe digo: Você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha igreja, e o poder da Morte nunca poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do reino do céu; o que você ligar na terra será ligado no céu, e o que você desligar na terra será desligado no céu.” Pedro era conhecido por seu temperamento volátil e imprevisível, mas o Espírito Santo o moldou para desempenhar um dos papéis mais importantes entre os discípulos de Cristo. Ele testemunhou a transfiguração de Jesus, esteve presente na agonia do Horto das Oliveiras e chegou a negar Jesus por três vezes durante a perseguição, mas se arrependeu amargamente.

Pedro fez o primeiro sermão depois de Pentecostes e operou o primeiro milagre ao lado de João, o discípulo amado. Por tudo isso, Pedro é visto como o primeiro líder cristão e o primeiro Papa, segundo o catolicismo. Ele viajou por vários lugares pregando a boa nova do Evangelho, e a tradição diz que foi martirizado em Roma, no local onde mais tarde foi erguida a Basílica de São Pedro no atual Vaticano. Pedro também teria sido condenado à crucificação e optou por estar de cabeça para baixo, pois não se considerava digno de morrer da mesma forma que Jesus.

Simão, o Zelote

Simão, o Zelote, ou o Cananeu, como também era conhecido, aparece incluído entre os 12 em passagens como Mateus 10:4, Marcos 3:18, Lucas 6:15 e Atos dos Apóstolos 1:13. No entanto, pouco se sabe sobre sua vida pregressa ou sobre seu ministério. Acredita-se que o título de zelote derive da palavra grega “zelos”, significando “zeloso”, o mesmo significado de “cananeu”, que tem origem aramaica. Há estudos que apontam que Simão pertencia a uma seita judaica conhecida como zelotes, um grupo político que lutava pelos direitos de Israel. Contudo, não há registros claros de sua morte. É provável que ele tenha sido crucificado como muitos outros discípulos da época ou tenha sido esfolado durante a perseguição aos cristãos pelo imperador romano Trajano.

Filipe

O apóstolo Filipe é citado prioritariamente pelo Evangelho de João. Acredita-se que Filipe seja natural de Betsaida, mesma cidade de André e Pedro, mas que se encontrou com Jesus pela primeira vez em Betânia, do outro lado do Jordão, conforme descreve João em seu primeiro capítulo. Filipe apresentou Natanael a Jesus, que também se tornou um apóstolo sob o nome de Bartolomeu.

Filipe é mencionado nas escrituras na passagem da multiplicação dos pães, quando apresenta um grupo de gregos a Jesus com o auxílio de André, e durante a Última Ceia, quando pede a Cristo que mostre o Pai, dizendo: “Senhor, mostre-nos o Pai e isso nos basta” (João 14:8). Contudo, não há informações concretas sobre o discípulo após a morte e ressurreição de Cristo. Algumas fontes acreditam que ele pregou na França, no sul da Rússia ou até na Índia, mas a maioria das fontes diz que sua missão estava concentrada na região da Ásia Menor. Quanto à sua morte, acredita-se que ele tenha sido perseguido e enforcado na cidade de Hierápolis, no atual território da Turquia.

Bartolomeu

Bartolomeu foi apresentado a Jesus por Filipe. Alguns estudiosos dizem que Bartolomeu é natural da cidade de Caná da Galileia, lugar onde Jesus realizou seu primeiro milagre, transformando água em vinho em uma cerimônia de casamento. Nas escrituras, ele também aparece como Natanael, e acredita-se que Bartolomeu seja seu sobrenome ou uma indicação de sua linhagem, já que “bar” significa “filho de”. Portanto, Bartolomeu significaria literalmente “filho de Talmai”.

Em João 1:47, Jesus diz que Natanael é um Israelita verdadeiro, sem falsidade, pois já o conhecia mesmo antes que Filipe o apresentasse. Assim como em outros casos, não se sabe muito sobre a morte de Bartolomeu. A tradição cristã afirma que ele serviu como missionário na Anatólia, Etiópia, Armênia, Índia e Mesopotâmia, e que teria sido crucificado de cabeça para baixo, assim como outros companheiros.

Tomé

Tomé, também conhecido como Didimo (que significa “gêmeo” em grego), é mencionado em João 20:24. Embora a Bíblia não cite seu irmão, acredita-se que ele também era pescador, pois foi um dos seis que retornaram ao barco de pesca após a morte de Cristo. Tomé tem um papel bíblico interessante; João 20:25 relata que ele era incrédulo e só acreditaria na ressurreição de Cristo se pudesse vê-lo e tocar suas feridas. Jesus permitiu que ele visse para acreditar e se converter.

Tomé partiu em missão e provavelmente foi martirizado na Índia, ferido por uma lança, conforme conta a tradição.

Judas Tadeu

Judas Tadeu, também conhecido como Tadeu ou filho de Tiago, aparece em João 14:22. Mesmo que não seja explicado quem é seu pai, é provável que existam tantas denominações para que ele não seja confundido com Judas Iscariotes, que não tem boa fama. Não há muitas explicações bíblicas sobre o seu fim, mas o historiador Eusébio conta que este apóstolo foi enviado por Jesus ao rei Abigar da Mesopotâmia para orar pela sua cura. Judas Tadeu teria permanecido na região para pregar a palavra e, segundo a tradição, teria sido morto por mágicos na cidade de Suir, na Pérsia, martirizado por seguir os princípios de Jesus.

Judas Iscariotes

Judas Iscariotes, o traidor, é conhecido por sua traição. O texto bíblico não deixa claro quando ele foi chamado para seguir a Cristo, mas é provável que tenha sido logo no início. Judas era uma espécie de tesoureiro entre os discípulos e já havia manifestado comportamentos sovinas, como quando questionou a quantidade de perfume usado para lavar os pés de Jesus (João 12:5). Na Última Ceia, Jesus anunciou que estava prestes a ser traído e apontou Judas como responsável. Ele entregou Cristo por 30 moedas de prata, e, arrependido, tentou devolver o dinheiro, mas os fariseus não aceitaram. Por isso, ele teria se enforcado, conforme descrito em Mateus 27:5. Em Atos dos Apóstolos 1:18, é dito que ele teria sofrido uma morte cruel, mas a versão mais conhecida é do seu enforcamento.

João

João, o discípulo amado, aparece várias vezes nas escrituras, principalmente porque seu Evangelho é um dos que contém mais informações sobre a vida de Jesus e dos seus discípulos. João era o mais jovem dos seguidores e o único que se atreveu a estar aos pés da cruz de Cristo junto com sua mãe. Foi também o primeiro a chegar ao sepulcro quando soube da ressurreição, mesmo que tenha deixado Pedro entrar primeiro, mostrando-se humilde e obediente. Além do Evangelho, João escreveu várias cartas e o livro do Apocalipse, sendo inspirado pelo Espírito Santo para cumprir essa missão.

João foi preso e exilado na ilha de Patmos, mas acredita-se que morreu por causas naturais, com quase 100 anos de idade, depois de ter cumprido os desígnios de Deus para sua vida.

É isso, espero que tenha gostado. Fico por aqui, mas vejo você no próximo post. Um grande abraço, tchau!

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